quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Absurdo bebê é encontrado morto em caminhão de lixo na Serra

foto: Samanta Nogueira
Caminhão onde o coletor Márcio Oliveira do Nascimento viu a criança
Caminhão onde o coletor Márcio Oliveira do Nascimento viu a criança


Um bebê foi encontrado morto dentro de um caminhão de coleta de resíduos hospitalares que recolhia lixo da Unidade de Pronto Atendimento (PA) de Serra-Sede, na Serra, por volta de 7h30 desta quinta-feira (24). O marceneiro Paulo Roberto Liuth, 46 anos, que presenciou a cena, afirmou que os coletores retiraram sacolas de resíduos de dentro do PA e em uma delas estava a criança. 

Segundo o marceneiro, os coletores de resíduos viram o bebê no momento em que ligaram a prensa do caminhão. "O carro que recolhe o material hospitalar chegou ao PA por volta de 7h30. Os coletores foram retirando o lixos, em quatro ou cinco viagens. O motorista e o ajudante se depararam com um feto prensado nas engrenagens do carro. Um achou que era um boneco e o outro falou que era um feto", explicou. 

Liuth contou ainda que os coletores fecharam o caminhão e saíram do local, mas voltaram para a porta do PA após cinco minutos. O corpo do bebê foi levado dentro de um balde por três funcionários da unidade. "Os dois chamaram as pessoas responsáveis do PA, que comprovaram que era um feto. Após 10 minutos, eles voltaram com um balde e colocaram o neném dentro. Eu acredito que ele tinha de cinco a seis meses ou até mais, pois já estava bem formado. Depois,  o bebê foi levado para dentro do PA no balde. Parecia que era uma coisa qualquer que estavam pegando", relatou o marceneiro chocado. 
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A atendente Patrícia Gomes, 20 anos, também presenciou a cena. Ela confirmou que o bebê estava entre os resíduos hospitalares. "Tinha um container grande com sacos de lixo. Quando eles foram jogar o lixo no caminhão, o saco abriu e tinha um neném lá dentro. Veio uma enfermeira com um balde, pegou o bebê e voltou para dentro da unidade", disse. 

foto: Samanta Nogueira
Paulo Roberto Liuth viu a cena
"Os responsáveis por isso não têm um pingo de sentimento e de coração", disse o marceneiro Paulo Roberto que denunciou o crime
Os coletores foram orientados pelo supervisor a levar o bebê de volta para o local onde haviam o encontrado, como afirmou o encarregado de coleta de lixo hospitalar e domiciliar Paulo Sérgio Tozi. "No mesmo momento em que o coletor encontrou o bebê, ele entrou em contato com o supervisor geral, que  o mandou devolver a criança no mesmo local onde pegou." 

Versões

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde da Serra informou que o PA de Serra-Sede não atende gestantes. A prefeitura disse que o bebê pode ter sido encontrado em outro local e que, com a movimentação da prensa, a sacola pode ter aparecido. 

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No entanto, o coletor Márcio Oliveira do Nascimento, que viu a criança no caminhão, afirmou ter certeza de que retirou a sacola com o bebê de dentro da unidade. "Sim, com certeza ele saiu de dentro do PA. A prensa do caminhão tem uma força muito grande. Uma criança é sensível demais e o carro aperta muito. Não tinha cabimento aquele feto estar ali mais. Ele teria sido prensado e quebrado totalmente. Mas, ao contrário, ele estava perfeito", contou o coletor. 

A cena chocou as pessoas que estavam no PA, como a doméstica Evilândia Pereira de Freitas, 22 anos. "Eu acho totalmente errado. Os responsáveis por isso não têm um pingo de sentimento e de coração. Eles não gostariam que fosse alguém da família deles. Esse bebê já é uma pessoa."

Denunciar foi a primeira medida tomada pelo marceneiro Paulo Roberto Liuth após ver a cena. "Eu fiquei muito triste, porque eu sou avô, tenho um neto de dois meses. A primeira coisa que me veio na mente foi denunciar. Eles têm que assumir pelos erros que cometeram porque é uma coisa muito grave, é uma vida, um ser humano."

A perícia da Polícia Civil esteve no local por volta de 10 horas desta quinta-feira. A Prefeitura da Serra informou que vai abrir uma ocorrência policial para apurar o caso.

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