segunda-feira, 30 de junho de 2014

Boato de que acusado de ter estuprado e degolado jovem em Vila Velha está morto é falso, afirma

Sejus De acordo com informações da Sejus, Tiago Rosa do Sacramento, 25 anos, está vivo e preso. Por motivos de segurança, a secretaria não divulga as condições em que o acusado está


A Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus) negou na manhã deste domingo (29) o boato que circula na internet de que o acusado de ter estuprado e degolado a namorada Gabriela de Oliveira Bonfim, de 24 anos, na segunda-feira (23), em Vila Velha, esteja morto.
Imagens de um cadáver parecido com Tiago Rosa do Sacramento, de 25 anos, circulam na internet e em mensagens multimídia de celulares. A foto, que segundo a Sejus é falsa, teve grande repercussão nas redes sociais. Não é a primeira vez que o ocorrido tem repercussão na internet. Dias após o crime, familiares e amigos da jovem usaram a rede para manifestar revolta.
De acordo com informações da Sejus, Sacramento está vivo e preso na Penitenciária Estadual de Vila Velha V. Por motivos de segurança, a secretaria não divulga as condições em que o acusado está na prisão.
O crime
Amigos e familiares usaram redes sociais para manifestar revolta
Amigos e familiares usaram a rede para manifestar revolta com o crime Foto: TV Vitória
Gabriela foi encontrada morta depois de ter sido degolada e atingida por cinco facadas no bairro Novo México, em Vila Velha. O crime aconteceu na noite da última segunda-feira (23).
De acordo com informações da Polícia Militar, Tiago Rosa do Sacramento, de 25 anos, suspeito do crime, mantinha um relacionamento extraconjugal com a jovem. A avó da vítima, Terezinha França Dias, conta que a relação do casal era conturbada. “Eles brigavam muito, mas eu nunca me meti, nunca participei da vida dele”, disse.

"Comportamento é de psicopata", afirma psicólogo
A morbidez do crime da morte de Gabriela de Oliveira Bonfim, de 24 anos, na segunda-feira (23), em Vila Velha, chama a atenção de psicólogos. Tiago Rosa do Sacramento, de 25 anos, é o acusado de ter estuprado e degolado a jovem. Tiago teria até ido passear na praia após o crime. Além do crime, Tiago teria filmado o estupro e divulgado em mensagens multimídia de celular. Para o psicólogo Adriano Pereira Jardim, o comportamento de Tiago é comparado a de um psicopata.
"Claro que não posso afirmar se ele é de fato um psicopata, já que não conheço o histórico dele, porém, o comportamento do Tiago é a de um psicopata. O psicopata não sente remorso, não sente pena nem tem empatia com a vítima", diz Jardim.
Acusado: “Ela me traiu na minha cama, e o ódio tomou conta de mim”
Em depoimento, para a polícia, Sacramento confessou ter matado a jovem Foto: Divulgação
Tiago Rosa do Sacramento, de 25 anos, namorado de Gabriela, foi preso na noite do dia 24 de junho, na casa de um amigo. O outro suspeito do crime, Lucas Manhães Brício, de 20 anos, foi detido na casa dele, no bairro Novo México, em Vila Velha.
Em depoimento, o namorado de Gabriela confessou ter matado a jovem. “Simplesmente cometi o crime por causa do que ela fez comigo. Como é que a menina que fala que me ama, minha namorada, abre a janela e se engraça com outro? Ela abriu a janela e se insinuou para outro. Nisso, eu desacreditei, falei que ela não seria doida de fazer isso. Ela me traiu na minha cama, e o ódio tomou conta de mim”, disse.

Fonte: www.portalguandu.com.br

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Espancamento: prima relata versão sobre morte de José Teodoro ‘Caninana’

Eliene Ribeiro de Paula escreveu uma carta ao SiteBarra, relatando detalhes da morte de seu primo, José de Abreu, 52 anos, mais conhecido por ‘Caninana’, no dia 19 de junho de 2014. Caninana residia na Rua Gama, bairro Campo Novo, em Barra de São Francisco. Eliene ainda mostra o laudo que diz a causa da morte de ‘Caninana’.
Veja o que diz a carta escrita por Eliene Ribeiro de Paula:
SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+Foto0595_0010“Eu Eliene Ribeiro de Paula, prima do falecido  José Teodoro da Silva procurei o SiteBarra pra mostrar a verdadeira versão da morte de José Teodoro, que tudo que falaram até agora é mentira até a reportagem xula que um site publicou. Eu sendo prima dele já não vendo (caninana)  há vários dias sabendo que ele era alcoólico e que sua amásia Cristina trancava a casa e deixava ele sozinho, pra mim isso é carcere privado.
Acionei o polícia militar para que me ajudasse a tirar ele dali pra levar pro hospital e lá tentar encaminhar para uma clínica para se tratar, e chegando lá juntamente com a polícia chamamos pela frente da casa que estava toda com as luzes apagadas e ninguém atendeu, até que a vizinha nos gritou que tinha como entrar pelos fundos da casa dela e arrombamos a porta com a presença da polícia, e chegando lá encontrei meu primo em uma situação lastimável vivendo em condições sub-humana, agonizando deitado em cima do próprio vômito e Cristina do lado dele tentando esconder as marcas de agressão que eram várias, ela falou que é porque ele caiu, mais não é verdade porque ele já estava bem debilitado e nem mais saia de casa, a polícia acionou ambulância, mas resolvemos levar na viatura, ele não foi achado morto e sim agonizando, morreu a caminho do hospital no meu colo, até que saiu o primeiro laudo, que a causa da morte falada pelo próprio legista Mauricio Lawrence Freitas, foi espancamento levando a traumatismo”.
SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07590
SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07610
SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07740SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07670SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07660

SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07690SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07680SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07730

SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07770SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07760SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07750SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07640SiteBarra+Barra+de+Sao+Francisco+DSC_07560

Acusado de homicídio e estupro, homem é queimado vivo na Bolívia

Um boliviano de 30 anos foi atado com arame farpado e queimado vivo em uma fossa por uma multidão que o acusou de ter violentado e assassinado uma mulher em uma cidade do leste da Bolívia.
O diretor da Força Especial de Luta contra o Crime da cidade de Montero, no departamento de Santa Cruz, coronel Octavio Gutiérrez, disse nesta quarta-feira à imprensa que encontrou há poucas horas o cadáver do homem, identificado como Darío Ribero Maldonado.
O homem era procurado por ser suspeito do estupro e assassinato de uma mulher, ocorrido no último dia 25 de maio.
A polícia retirou o corpo do homem do cemitério de uma comunidade camponesa distante de Montero, onde foi achado amarrado com arame farpado e calcinado dentro de uma vala comum, detalhou o site do jornal local “El Mundo”.
O homem voltou a essa comunidade na segunda-feira após ter desaparecido no dia 25 de maio e foi detido pela multidão violenta que o torturou primeiro em uma escola, antes de levá-lo ao cemitério onde lhe ateou fogo, segundo a informação oficial.
A polícia indicou que recuperou o corpo com dificuldades devido à atitude hostil dos moradores da comunidade e não puderam fazer as investigações sobre os autores do crime.
Os participantes desses linchamentos, cada vez mais frequentes na Bolívia, argumentam que aplicam a chamada justiça comunitária, reconhecida na Constituição, mas autoridades locais e organismos internacionais, entre elas a ONU, já demonstraram sua preocupação com essas ações porque o conceito de justiça indígena não estabelece a pena de morte.
Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, na Bolívia ocorrem entre 10 e 20 casos de linchamentos consumados a cada ano e um número ainda maior de tentativas.
Fonte: www.sitebarra.com.br

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Grave acidente entre ônibus e caminhão interdita rodovia do ES

Uma morte já foi confirmada pela Polícia Rodoviária Federal.
Segundo a Eco 101, trânsito está sendo desviado


Pelo menos uma pessoa morreu e várias ficaram feridas em um acidente entre um ônibus da viação Águia Branca  e um caminhão carregado de cerveja, na noite desta quinta-feira (19), em Mimoso do Sul, no Espírito Santo, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A colisão aconteceu por volta das 19h, na altura do quilômetro 450 da BR-101 Sul.
Segundo a PRF, o caminhão invadiu a contramão e colidiu contra a lateral do ônibus. Com o impacto, uma das passageiras foi lançada para fora do veiculo e morreu no local. A assessoria de imprensa da Águia Branca informou que o ônibus seguia do Rio de Janeiro para Vitória, com 43 passageiros. O veículo deixou a capital fluminense às 12h45 desta quinta-feira (19).

A Eco 101, concessionária que administra a rodovia, informou que há carga espalhada na pista e pessoas presas às ferragens. Ambulâncias do Corpo de Bombeiros e ECO 101 estão no local e prestam atendimento aos feridos. Uma equipe já foi acionada para fazer a limpeza da pista. As faixas 1, sentido Sul e 2, sentido Norte, estão interditadas
Fonte: g1.com.br/es

Dilma sanciona nesta quarta adicional de 30% para quem trabalha com moto

Atividade de motoboys entra no rol de profissões perigosas. Senado aprovou projeto em maio. Lei sai no 'Diário Oficial' de sexta.

A presidente Dilma Rousseff sancionará nesta quarta-feira (18), em cerimônia no Palácio do Planalto, lei que inclui a atividade de quem trabalha com motocicleta no rol de profissões consideradas perigosas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Com a sanção, os motociclistas terão direito a adicional de 30% sobre o salário por periculosidade. Segundo a Secretaria Geral da Presidência, a lei vai abranger as profissões de mototaxista, motoboy, motofrete e serviço comunitário de rua.
O texto a ser sancionado pela presidente Dilma deverá ser publicado na edição do “Diário Oficial da União” desta sexta (20) e vai especificar a partir de quando as regras passarão a valer.
O projeto foi aprovado pelo Senado em 28 de maio e garante os direitos a quem trabalha com motocicleta.
Atualmente, a CLT considera perigosas as atividades que “impliquem risco acentuado” ao trabalhador em virtude de exposição a produtos inflamáveis, explosíveis ou energia elétrica, além de seguranças pessoais ou de patrimônio.
Os profissionais que exercem atividades sujeitas a esses riscos também têm assegurado o direito ao adicional de periculosidade de 30%.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de mortes em acidentes de trânsito com motos no Brasil aumentou 263,5% entre 2001 e 2011. Segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM),  foram 11.268 mortes no país em 2011 e 3.100 em 2001.

Fonte: sitebarra.com.br

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Brasileiro ganha R$ 150 mil vendendo ar para gringos

e23822e0-f7c3-11e3-aa2f-417c5431c1c2_7efe6750-f76b-11e3-9a85-b506b8df2d82_brazilairTodos nós amamos ar. Claro, afinal é graças a ele que nós respiramos e estamos vivos. Mas há quem leve essa paixão muito a sério, principalmente durante a Copa do Mundo. E um empresário brasileiro faturou nada menos do que R$ 150 mil vendendo latas com o ar de várias cidades brasileiras.

Alessandro Catenaci conseguiu ganhar a exorbitante quantia com latinhas de sardinha personalizadas e que carregam o ar de diversas cidades brasileiras. A “invenção” fez sucesso entre os turistas e já é vendida em mais de 55 lojas pelo Brasil. 

“Claro que a ideia não é vender o ar, mas, digamos, a ‘aura’ de cada cidade. Vendemos o conceito de que a pessoa pode levar para casa um pouco do nosso país, ou seja, o ar daquele local”, explicou Catenaci ao “Wall Street Journal”.

Para os estrangeiros que foram vistos comprando o produto, o que importa mais realmente é a arte e a lembrança que a latinha traz. Mas se você duvidava que algum dia o ar valeria dinheiro, está aí a prova de que até ele pode ser vendido.
Fonte: sitebarra.com.br

Filha embriagada atropela e mata pai que tentava impedi-la de dirigir

8f8b242d60731917570f6a706700dcf5Um americano foi atropelado e morto pela filha depois de tentar impedi-la de dirigir embriagada. Bounmy Rajsombath, de 69 anos, faleceu na sexta-feira, após Soukvilay Barton, 37 anos, dar ré na garagem de casa e atingir seu pai, que estava em pé atrás do carro.
Segundo relatos, Soukvilay tinha bebido muito e tinha tido discutido com seus familiares em Riverside, no Sul da Califórnia. Chateada, ela tentou sair de casa e seu pai foi atrás, tentando convencê-la a não dirigir.
No entanto, quando ela tirou o carro da garagem, atingiu fatalmente seu pai. Rajsombath foi levado para o hospital da cidade, mas foi declarado morto logo depois que chegou.
Testemunhas contaram que, quando Soukvilay percebeu que tinha batido no seu pai, saiu do carro e sentou na calçada chorando, antes de a polícia chegar para prendê-la. Ela foi detida por suspeita de dirigir embriagada e homicídio culposo. A sua fiança foi fixada em US$ 75 mil.
Bounmy Rajsmobath era um imigrante tailandês que chegou aos Estados Unidos em 1979, depois que sua vida foi ameaçada por insurgentes comunistas durante a Guerra do Vietnã. Ele era um oficial de alto escalão do Departamento de Defesa do Laos, mas ao fugir da Tailândia começou a trabalhar como encanador. Ele teve duas filhas e dois filhos com sua esposa Sinh.
Fonte: sitebarra.com.br

José Teodoro ‘Caninana’ é encontrado morto em Barra de São Francisco

José Teodoro da Silva, 52 anos, conhecido popularmente como Caninana’, foi encontrado morto no início da noite desta quinta-feira, 19 de junho de 2014.
Caninana foi encontrado por volta das 18h25min, em sua residência, na Rua Gama – bairro Campo Novo, em Barra de São Francisco. Ele
De acordo com a polícia, a amásia de José Teodoro, Cristina Amorim de Jesus Santos, 42 anos, foi conduzida para a delegacia de polícia civil, onde será ouvida pelo delegado Dr. Rodrigo da Silveira, que investiga o caso.
Cristina estava na cama com Caninana no momento em que a polícia entrou na residência. Quando a polícia chegou ao local e chamou pelo nome de Cristina, ninguém respondeu. Foi necessário ajuda de vizinhos para que a polícia conseguisse entrar na residência.
Cristina ainda tentou impedir a polícia militar de chegar perto da vítima, bloqueando a porta do quarto com o corpo, mas os policiais invadiram para tentar socorrer Caninana.
Uma testemunha informou que Caninana estava roncando, como se estivesse tendo uma convulsão. Ele estava com o rosto no vômito quando a polícia chegou ao local.
Foi informado por testemunhas que Cristina e Caninana ingeriam bebida alcoólica. Segundo amigos, Caninana já havia se entregado ao vício da bebida, mesmo com aviso de médicos que se ele não deixasse a bebida morreria.
Segundo o delegado Dr. Rodrigo da Silveira, ele não irá trabalhar com base em boatos e sim na realidade dos fatos, para que não haja injustiça.
Fonte: www.sitebarra.com.br

Vítimas das chuvas que castigaram o Espírito Santo continuam sem apoio e convivem com destruição

Reportagem percorreu três cidades castigadas pelos temporais que mataram 24 pessoas

Foto: Edson Chagas
Adenilson Ribeiro, no córrego Dois Irmãos, que transbordou com as fortes chuvas de dezembro de 2013 e levou na correnteza a casa de seu Julio Cesar Ribeiro que morreu no desabamento - Especial Chuvas
Ainda sem acreditar, o jovem mostra o Córrego Dois Irmãos, no alto de uma serra em Baixo Guandu. Na véspera do Natal de 2013, o filete de água alcançou três metros de altura e matou quatro de seus familiares. Os corpos de dois deles nunca foram encontrados. “Ainda procuro ao menos os ossos”, desabafa Adenilson Ribeiro, 22 anos.

Seis meses após a tragédia, pouco mudou na vida de Adenilson e de outras vítimas das chuvas que atingiram o Estado, no final do ano passado. Uma enchente que afetou 54 municípios, expulsou mais de 60 mil de casa e matou 24 pessoas.

Os sobreviventes, além da perda de familiares e dos traumas, enfrentam graves dificuldades financeiras. Vivem de aluguel social, as roupas e o que possuem em casa são doações, sofrem com problemas de saúde ou não conseguiram enterrar seus mortos. “Ainda ouço a voz do meu irmão na mata. Era um homem bom, não merecia isso”, diz Adenilson sobre Julio Cesar Cleto, 19, um produtor rural. Além dele está desaparecido o corpo de seu sobrinho, Daniel Cleto, de 3 anos.

Solidariedade

A mãe e a esposa de Júlio, Aparecida, 43, e Tatiana, 15, também morreram soterradas. Foram os vizinhos de uma comunidade próxima, Ibituba, que ajudaram a resgatá-las. Como ficaram isolados pelas chuvas, foi a comunidade que limpou e arrumou os corpos. “Foi um marceneiro daqui que fez o caixão”, conta Glória Oliveira, moradora de Ibituba.
 
Na hora da tragédia todos dormiam na casa, que ficava às margens de uma encosta. Por volta das 2 horas, a água do córrego, misturada a entulhos e pedras, soterrou a residência, arrastando o que sobrou, incluindo as vítimas, por dezenas de metros. A destruição foi tão grande que sobraram poucos vestígios no local: os restos de um tanquinho e vigas.

Adenilson mora hoje na casa de uma tia e toma conta do cafezal de cinco alqueires que agora lhe pertence. Mas anda desanimado. “Tenho que construir uma nova casa, mas a vontade é de ir embora. Dói muito”, relata. 

Queríamos fazer um simulado de alerta de enchentes, mas tivemos que adiar. A população ainda está traumatizada

Darly Dettmann, Prefeito de Itaguaçu

 
O Córrego Dois Irmãos onde ele vive faz parte de uma das quatro comunidades rurais de Baixo Guandu, onde moram aproximadamente 8 mil pessoas. Localizadas em regiões de serra, ficam a mais de uma hora da sede do município. Durante a enchente, alimentos, roupas e remédios só chegavam de helicóptero.

O acesso a esses locais, que já era precário, está ainda pior. Há barreiras ameaçando desabar, estradas perigosas, rios assoreados. Em Baixo Guandu, 40 pontes foram destruídas. Há ainda comunidades, como Alto Mutum Preto, que correm o risco de desaparecer. Toda a vila foi construída embaixo de um barranco que ameaça desabar.

Foto: Edson Chagas
Ponte sobre o rio Guandu com galhos de árvores que podem represar a água em caso de chuvas fortes e elevado nível da correnteza - Especial Chuvas
Semelhanças


Uma situação que não é muito diferente da vizinha Itaguaçu, que enfrentou três enchentes nos últimos quatro anos. Na semana do Natal ficou completamente alagada, em alguns pontos a água chegou a um metro e meio. Até o prefeito da cidade, Darly Dettmann, foi desalojado.

Quando o nível da água abaixou, após cinco dias, estradas, dezenas de casas, escolas, unidades de saúde, prédios públicos e 20 pontes tinham sido destruídas. Com recursos próprios o município tenta reverter a situação, mas já não há dinheiro.



Na cidade onde vivem pouco mais de 14 mil habitantes, seis pessoas morreram. Três delas na zona rural e outras três na sede municipal, em Barro Preto.

Lá morava a família do casal Neusa Aparecida Borges, 44, e José Vitorino Venke, 41 anos. Com graves problemas de saúde eles sobreviveram ao soterramento que matou três de seus familiares: a mãe, Odília Marcelino Borges, 84; a nora Claudiana Nogueira Paixão, 21, grávida de oito meses; e o neto, João Pedro Paixão, de um ano e dois meses.

Minha irmã também foi desabrigada pela chuva mas se recusou a ficar conosco. Naquela madrugada nossa casa foi soterrada.

Neusa Borges, Vítima de Itaguaçu

 
Na madrugada da véspera de Natal, uma avalanche de terra soterrou a casa de dois andares. No local só sobrou a laje da garagem. Neusa e Vitorino foram resgatados gravemente feridos. “Estávamos dormindo e acordamos embaixo dos entulhos”, relatam. Ambos apresentam problemas na coluna. Ele não consegue mais trabalhar nem se aposentar, e ela tem dificuldades para falar e andar. Em meio a lágrimas, ela acrescenta: “Perdemos tudo, tudo”.

Foto: Edson Chagas
Neusa Aparecida Borges no local onde era sua casa, bairro Barro Preto, que foi levada por avalanche de terra provocada pelas fortes chuvas de dezembro de 2013 - Especial Chuvas
O casal recebe aluguel social e tenta se manter com a renda de um pequeno salão, no centro de Itaguaçu. Conta com a ajuda do filho, Danilo Borges Paixão, 27. Um jovem que não consegue expressar a perda da esposa grávida e do filho. “Já era calado, agora quase não fala”, conta Neusa, cujas lágrimas aumentam quando lembra do bebê que estava por nascer. “Era uma menininha”.

Sem recursos

Danilo e Claudiana moravam na zona rural, mas estavam na casa de Neusa a pedido médico. A jovem estava no oitavo mês de gravidez. No dia da tragédia, Danilo tinha ido conferir a situação da propriedade e assim escapou do soterramento. Tudo o que sobrou foi uma pequena bolsa com as roupinhas do bebê, encontrada pela Defesa Civil.

Na mesma rua onde a família morou por mais de 20 anos, outras três casas foram atingidas, sem vítimas. A região é considerada agora de risco iminente. Novos deslizamentos podem ocorrer se voltar a chover, mas não há perspectivas de que obras possam ser feitas na região por falta de recursos.

A prefeitura local já adquiriu um terreno para construir as casas para as famílias que foram desabrigadas, mas os recursos não chegaram. Algo que desespera Neusa e Vitorino. “Perdemos tudo. Não tenho como comprar uma casa”, diz Neusa.

Comércio

Foto: Edson Chagas
Romulo João Gatti, proprietário do supermercado Gurizão que ficou alagado com inundação do Rio Doce em dezembro de 2013 - Especial Chuvas
Nos dois municípios grandes perdas também foram registradas no comércio. Em Itaguaçu, o Supermercado Pagel ganhou destaque quando a população disputou os alimentos que estavam sendo descartados. “Aquilo foi por desespero. Nada poderia ser aproveitado”, relata o proprietário Celso Pagel. 

Ele se emociona quando anda pelo galpão de estoque. “Em 30 anos nunca ficou vazio como agora”, diz, relatando com exatidão o tempo de alagamento: “Foram cem horas”. Pagel estima seu prejuízo em mais de R$ 1,3 milhão.

Abrigo

Outro que se emociona quando lembra dos dias de enchente é o padre Paulo Bosi Dal’Bó. Ele abrigou mais de 1.200 pessoas em sua igreja, incluindo os primeiro bombeiros que chegaram à cidade, cujo barco virou e tudo perderam.

Relata que os primeiros gritos de socorro foram ouvidos na manhã do dia 21 de dezembro de 2013. Antes que a manhã terminasse a igreja já estava lotada. Naquela noite dormiram nos bancos e no chão, sem colchões ou lençóis. “Mas todos foram acolhidos”, destaca o padre, cuja igreja se transformou no centro de controle de operações para os militares estaduais, do Exército, da Força Nacional e de voluntários.

Para o padre, a tragédia deixou várias lições. Uma delas é de que a solidariedade ajudou a superar a tragédia. “As doações não deixaram que nada faltasse e o trabalho voluntário salvou vidas”. Também ensinou, destaca, que é preciso repensar a gestão das cidades. “Muitas construções, até de prédios públicos, estão sendo feitas às margens dos rios”, pondera, preocupado com o risco de novas enchentes.

Colatina: em meio a entulhos, moradores tentam recomeçar suas vidas
 
Foto: Edson Chagas
Claudio Roque, desabrigado do Bairro São Marcos onde deslizamento de terra em dezembro de 2013 derrubou casas matando várias pessoas - Especial Chuvas

Desde o dia em que ocorreu o desabamento que matou sete pessoas, no bairro São Marcos, em Colatina, nada mudou. Uma montanha de entulhos com os restos das casas, dos móveis e objetos pessoais das vítimas lembram um cenário de guerra e não permitem que os vizinhos e parentes se recuperarem da tragédia.

Elas estavam tão felizes com a nova pintura do quarto, as roupas e os sapatos novos. Nem puderam aproveitar...

Orleide Costa, Mãe de duas vítimas

 
E o pior: sem um trabalho de contenção no local há o risco iminente de novos desabamentos. Tanto que uma creche situada no alto do morro (muro verde na foto ao lado) foi desativada.

Uma situação que revolta Claudio Roque Almeida, cuja casa foi parcialmente atingida pelos destroços no dia em que comemoraria os 15 anos da filha. “Desde então vivo de aluguel social sem a perspectiva de quando esta situação vai mudar”, desabafa.

Tragédia

Logo em frente a casa dele morava Orleide Almeida Costa, 29, e suas três filhas. Ela e os tios, que viviam ao lado, estavam animados com o almoço que fariam no Natal. O ex-marido, William Gomes, visitava as filhas.

No dia anterior, 24, Orleide foi trabalhar bem cedo. Vestia o uniforme quando foi surpreendida com a visita do ex-marido. “Machucado e em desespero, pedia perdão por só ter salvado uma de nossas três filhas”, conta, em prantos. “Minha vida acabou naquele momento”, acrescenta.

Foto: Edson Chagas
Orleide Almeida Costa perdeu as filhas Karolayne e Ana Carolina no desabamento de sua casa levada por deslizamento de encosta no bairro São Marcos nas fortes chuvas de dezembro de 2013 - Especial Chuvas
De sua casa, nada sobrou. Os corpos de suas filhas – Karolayne, 7, e Ana Carolina, 9 –, foram resgatados três dias depois. Com elas morreram ainda seus tios, uma prima e dois vizinhos. Semanas depois sua avó, 69, não resistiu à dor das perdas e morreu. “É muito difícil. Só não enlouqueci porque ainda tenho dois filhos para criar”, diz Orleide.

Seu relato é feito em uma casa de três cômodos, onde vive com a filha Crislaine, 4, no bairro Airton Senna, afastado do centro de Colatina. No espaço mal iluminado e úmido pelas infiltrações da chuva estão as poucas coisas que recebeu de doação. “Quando chove a Crislaine entra em desespero”, conta a mãe enquanto acaricia a única foto das filhas falecidas, recuperada dos entulhos. No dia da tragédia seu filho Leandro, 2, estava com uma tia, com quem ainda mora.

Seu desespero aumentou na última semana, quando soube que um golpista está usando sua tragédia para vender rifas na cidade. “Não vendo rifas. Trabalho como merendeira”, diz, revoltada. Tudo o que ela deseja é uma casa para recomeçar a vida. “É um sonho”, desabafa.

Recomeço também é o sonho de muitos comerciantes de Colatina, cujas lojas foram completamente destruídas. Um delas é a Casa das Rações. Seu dono, Claudio Marcos Zaché, estima o prejuízo em R$ 1,6 milhão. “Reabrimos, mas é difícil recuperar o pique”, conta Claudio. Preocupado com o risco de novas enchentes, decidiu procurar outro espaço para abrigar seu estoque.

Recursos federais para a reconstrução das cidades e das casas não chegaram

A maior parte das 54 prefeituras que foram atingidas pelas fortes chuvas de dezembro do ano passado ainda não conseguiu dinheiro para reconstruir suas cidades. Além de pontes e estradas que precisam ser refeitas, a maior dificuldade é garantir uma nova moradia para as famílias que foram desabrigadas.
 

Em Baixo Guandu, por exemplo, a expectativa era receber R$ 42 milhões do governo federal. “Reduziram para R$ 1,4 milhão”, conta o prefeito Neto Barros. Com o dinheiro só poderá fazer quatro, das 42 pontes que foram destruídas.

Lá existem 37 famílias que vivem com aluguel social de R$ 475 mas os recursos para a construção das casas não chegaram. “Tivemos ajuda do Estado durante as enchentes e apoio com máquinas para recuperar estradas, mas ainda tem muito para ser feito”, diz Neto Barros, que investiu R$ 1,6 milhão de recursos próprios.

Semelhanças

Foto: Edson Chagas
Rio de Itaguaçu que transbordou e inundou a cidade com as chuvas de dezembro de 2013 - Especial Chuvas
A cidade vizinha, Itaguaçu, precisava de R$ 18 milhões, mas o governo federal decidiu mandar R$ 5,5 milhões. “Só vou poder fazer nove das 40 obras que eram necessárias”, relata o prefeito Darly Dettmann, que já investiu R$ 2 milhões de recursos na recuperação de sua cidade.

Lá além das estradas e prédios públicos reformados, 20 pontes foram destruídas. Cinquenta famílias foram desabrigadas e vivem de aluguel social no valor de R$ 350.

Colatina aguarda os recursos federais para fazer a contenção da encosta que desabou em São Marcos. “Recebemos a primeira parcela no valor de R$ 3 milhões”, relatou o prefeito Leonardo Deptulski. A cidade vai receber R$ 9,7 milhões dos R$ 38 milhões que pediu ao governo federal.

Deptulski já adiantou que só poderá fazer sete das 24 obras planejadas. Mas como já tinha em andamento, antes da enchente, um projeto “Minha Casa, Minha Vida”, terá condições de destinar pelo menos 80 moradias para moradores da cidade que ficaram desabrigados.

Em Colatina, 300 famílias estão sem casa e 256 vivem de aluguel social, de R$ 600. “Vamos tentar convênios para garantir a construção de outras casas”, diz o prefeito.

A preocupação dos prefeitos e que um novo período de chuvas fortes, no final do ano se aproxima e as cidades ainda não conseguiram se recuperar. 

Apoio do Estado

Ilustração sobre prejuízos causados pelas chuvas no EstadoO Estado assinala que investiu R$ 400 milhões de um total de R$ 540 milhões que havia prometido para a reconstrução. Parte destes recursos – R$ 87 milhões – foram aplicados na recuperação de rodovias e pontes.

Cerca de R$ 16 milhões foram para o cartão reconstrução destinado às famílias e quase R$ 13 milhões na construção de casas em cinco municípios. “Também investimos R$ 24 milhões em máquinas que ajudaram os municípios a recuperarem suas estradas”, destaca o secretário da Casa Civil, Tiago Hoffmann.

Ele reconhece que a maior dificuldade dos municípios decorre dos recursos federais que não chegaram. “Há cidades, como Vila Velha, que não vai receber nada”, relata. Para piorar a situação, acrescenta, estas mesmas cidades já tinham tido redução de receitas com o fim do Fundap.

Hoffmann garante que, dentro das possibilidades, o Estado vai tentar ajudar os municípios. “Não na velocidade que precisam, mas terão nosso apoio”, pontua.

Fonte: A Gazeta

domingo, 15 de junho de 2014

BMW bate em árvore, pega fogo e amigos morrem em Aracruz, ES

Roberto Dellacqua de 33 anos e Luciano Santi, de 40, morreram no local.
PRE informou que a Carteira de Habilitação do motorista estava suspensa.


BMW bate em árvore, pega fogo e amigos morrem em Aracruz, ES (Foto: Marcos Sfalsin/VC no ESTV)BMW bate em árvore, pega fogo e amigos morrem em Aracruz (Foto: Marcos Sfalsin/VC no ESTV)
Uma BMW 335i bateu em uma árvore, pegou fogo e dois amigos morreram por volta de 21h deste sábado (14), no quilômetro cinco, da rodovia ES-257, estrada que liga as cidades de Ibiraçu a Aracruz, na região Norte do Espírito Santo. A pista ficou totalmente interditada no trecho por duas horas. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) informou que os corpos das vítimas foram encaminhados para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.
De acordo com amigos, Roberto Dellacqua Gavassoni, 33 anos, era o condutor do veículo e morava em Colatina. Já o carona, Luciano Santi Soares de 40 anos, era morador de Aracruz.
Antes de acidente, BMW foi fotografada por várias pessoas em posto de combustíveis em Aracruz, espírito santo (Foto: Arquivo Pessoal)Antes de acidente, BMW foi fotografada por várias pessoas em posto de combustíveis (Foto: Arquivo Pessoal)
Segundo testemunhas, os dois estavam, desde às 16h, em uma loja de conveniência de um posto de combustíveis e davam várias voltas com o veículo que teria sido adquirido por Roberto na última sexta-feira (15). Em uma dessas voltas, segundo a PRE, o motorista perdeu o controle após uma curva e bateu a BMW em um pé de manga, no sentido Ibiraçu. O carro pegou fogo e os corpos foram carbonizados.
A Polícia Rodoviária Estadual informou que a Carteira de Habilitação de Roberto estava suspensa por 11 meses por excesso de multas.
BMW ficou completamente destruída em Aracruz, Espírito Santo (Foto: Anelice Sena/ TV Gazeta)BMW ficou completamente destruída em Aracruz, Espírito Santo (Foto: Anelice Sena/ TV Gazeta
)