quinta-feira, 7 de julho de 2011

Uma alternativa muito utilizada nas grandes cidades está sendo analisada pela Prefeitura de Vitória para reduzir os engarrafamentos em algumas vias da Capital em até 30%. A ideia é substituir os semáforos de três tempos - que controlam o fluxo em três sentidos diferentes - pelos de dois tempos, como aconteceu no cruzamento entre a Reta da Penha e a Rua das Palmeiras. Mas, para isso, os motoristas vão ter que andar um pouco mais para fazer um retorno, abrindo mão da comodidade para ficar menos tempo preso no trânsito.

Atualmente, dos 1.612 semáforos que ficam localizados em 199 cruzamentos da Capital, 12% são de três tempos - a maioria em local crítico, em que há bastante trânsito. Entre eles estão os das avenidas Leitão da Silva e Rio Branco. Se esses semáforos passassem a ser de dois tempos, por exemplo, a estimativa da prefeitura é que essas avenidas ganhariam, respectivamente, 30% e 25% de mobilidade, tanto para veículos quanto para pedestres.

Nos semáforos de três tempos, os veículos chegam a ficar parados cerca de duas vezes mais do que nos cruzamentos onde os sinais são de dois tempos. E, levando em consideração que o ciclo médio em Vitória é de 100 segundos (entre sinais verde, amarelo e vermelho), os motoristas podem ficar até dois minutos parados esperando o semáforo abrir.

Projeto

O engenheiro da Secretaria Municipal de Trânsito Roney Severo contou que existe um projeto para modificar o semáforo nos cruzamentos da Avenida Leitão da Silva com a Rua das Palmeiras, em frente à Unimed, para que ele seja de dois tempos. Quem segue na Leitão da Silva em direção a Jardim da Penha não poderia mais entrar à esquerda para Itararé.

"Estamos esperando a conclusão da obra de um prédio comercial para fazermos a modificação. Haverá um desvio para os carros que vêm da Rua das Palmeiras para acessar a Leitão da Silva."

Além disso, a mudança também beneficiaria os pedestres, que hoje disputam espaço com os veículos. Quando a obra for finalizada, os veículos que estiverem na Rua das Palmeiras e virarem à direita na Leitão da Silva não passarão mais sobre a faixa de pedestres, como acontece hoje.

Motoristas desconfiam de sincronia dos sinais

A sincronização dos semáforos de Vitória é um assunto polêmico entre os motoristas. Mesmo com a alegação da prefeitura de que vários são programados, quem dirige afirma que não consegue andar mais de 300 metros sem pegar um sinal fechado.

Um levantamento da prefeitura mostra que a Capital conta com 22 semáforos em tempo real, ou seja, é o próprio equipamento que controla o fluxo de veículos para que ocorra a chamada "onda verde". A maioria dos demais é controlada por uma central, que fica localizada na Secretaria de Trânsito. Quando há algum problema nesse sincronismo, cerca de 90% das ocorrências podem ser resolvidas on-line.

O secretário municipal de Trânsito, Domingos Sávio Gava, conta que muitas vezes os motoristas acham que não há sincronia por conta de defeitos que ocorrem no próprio semáforo, considerados vulneráveis.

"Outro fator que influencia é que muita gente não mantém uma velocidade média e quer ir de Camburi ao Centro com todos os semáforos abertos. O motorista também tem que ter bom-senso", frisa.

foto: Bernado Coutinho GZ
As mudanças no trânsito também vão beneficiar os pedestres que utilizam a Leitão da Silva
As mudanças no trânsito também vão beneficiar os pedestres que utilizam a Leitão da Silva
Cinco semáforos com defeito a cada dia

Em média, cinco semáforos apresentam algum tipo de defeito ou falha - seja queima das lâmpadas, falta de sincronia ou o sistema trava - por dia, em Vitória. Quando levamos em consideração apenas as lâmpadas queimadas, a prefeitura contabiliza cerca de 130 falhas por semana.

O secretário municipal de Trânsito, Domingos Sávio Gava, explicou que o sistema de lâmpadas incandescentes, utilizado nos semáforos da Capital, têm uma vida útil bastante limitada. "Dos nossos mais de 1,6 mil semáforos, apenas 90 deles são de LED, tipo que economiza energia e oferece uma visualização melhor", destacou.

Cada uma das lâmpadas incandescentes custa R$ 3,60. Por ano, a prefeitura chega a gastar mais de R$ 1 milhão com a manutenção dos semáforos em toda a Capital. O cálculo também inclui os gastos de manutenção preventiva e a correção dos danos estruturais, causados por acidentes, cerca de três casos mensais.

Alguns desses defeitos apresentados pelos sinais, inclusive, podem ser consertados em tempo real, da própria central de controle de semáforos. "Os semáforos são muito sensíveis, e qualquer alteração no tempo pode tirá-los de sincronia, por exemplo. Isso conseguimos consertar da central", diz Gava.

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