segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Adolescente de 15 anos morre ao cair de moto em Camburi

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foto: Ricardo Medeiros
Local onde Francely morreu
A jovem foi arremessada da moto e atingiu placa da orla, que chegou a entortar
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"Já tinha pedido ajuda à polícia, ao conselho tutelar. Queria que ela fosse obediente. Nunca adiantou eu dizer não para ela"

Cremilda Pereira, avó de Franciely


Uma adolescente de 15 anos morreu, na madrugada de ontem, em Vitória, em um acidente de moto quando voltava de um baile funk, em Cariacica. Franciely Pereira Rodrigues estava de carona com um rapaz que alegou não conhecê-la. Ele foi detido e levado para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória. O frentista Wesley da Silva Torres, de 20 anos, não era habilitado e admitiu que havia bebido. 

O acidente aconteceu por volta das cinco horas, na Praia de Camburi, logo depois da ponte, no sentido Serra. Wesley contou aos policiais do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar que guiava a Honda Fun preta a 100 km/h quando, na curva, perdeu o controle da direção, bateu no meio-fio e caiu. 

Com o impacto, Franciely foi arremessada em uma placa do calçadão, que ficou totalmente amassada. O piloto da moto ainda tentou reanimar a vítima, em vão. O condutor disse ainda à polícia que, naquele momento, não sabia nem por qual nome chamá-la.

A polícia confirmou que tanto o motociclista, quanto a carona estavam de capacete, o que não impediu que a vítima morresse na hora. Wesley sofreu alguns arranhões nos braços e nas pernas, mas passa bem. Ele chegou a ser levado para o Hospital São Lucas, em Vitória, para ser medicado. O jovem foi submetido ao teste do bafômetro, que registrou 0,29 mg/l de álcool no sangue. 

A avó da adolescente, a auxiliar de serviços gerais Cremilda Rosa Pereira, 55, chegou à Praia de Camburi em busca de notícias de Franciely. Desesperada, ela informou que não sabia que a neta havia saído para ir para um baile funk. Ela recebeu a notícia do acidente por uma vizinha, quando saía para um retiro de uma igreja evangélica. 

Autorizados pela polícia, amigos do frentista tentaram levar a moto do local do acidente, entretanto, o veículo, apesar de não ter ficado muito danificado, não ligou. A moto precisou ser guinchada. A pista da Avenida Dante Micheline chegou a ficar parcialmente fechada até que o veículo fosse retirado do local. 

O condutor da moto foi liberado pela polícia na tarde de ontem, após pagar fiança de R$ 1.090,00. Ele foi indiciado por homicídio culposo e por dirigir sem CNH. 


Amiga emprestou documento

A mesma vizinha que avisou à avó de Franciely sobre o acidente contou também que havia emprestado a identidade para a garota entrar no baile funk. "Ela sempre entrou nos bailes com documento de colegas, que são mais velhas. Nunca aprovei isso, sempre corrigi as amizades dela", afirma a avó da vítima.

Vítima mentiu para avó


A adolescente Franciely Pereira Rodrigues havia contado a família que iria à pracinha do bairro encontrar o namorado. É o que afirmou a avó da menina, a auxiliar de serviços gerais Cremilda Rosa Pereira, 55, que a criava desde os dois meses de vida.

"Era por volta de seis horas quando ela disse que buscaria o namorado para eu conhecê-lo. Me garantiu que não iria demorar, o que não aconteceu. Tomei meus remédios e fui dormir", lembrou a avó da vítima.

Dona Cremilda disse ainda que a neta sempre deu muito trabalho, que já chegou a passar três meses fora de casa, vivendo em uma boca de fumo.

"Já tinha pedido ajuda à polícia, ao conselho tutelar. Queria que ela fosse obediente. Nunca adiantou eu dizer não para ela, que, se precisasse sair de casa, até o muro pulava para fugir. Havia oito dias que minha neta tinha voltado para casa", frisa a auxiliar de serviços gerais.

Franciely era criada pela avó porque, segundo Dona Cremilda, a mãe da garota nunca quis saber dela. O pai da vítima, filho da auxiliar de serviços gerais, a via sempre, mas vive em Vila Velha. A menina era a mais velha de cinco netos.

Segundo familiares de Franciely, a adolescente era usuária de drogas há, pelo menos, dois anos. A avó da garota contou que pelo fato da neta não estudar mais nem trabalhar ela já chegou a acumular dívida alta de drogas com traficantes da região. "Há mais de um ano, uns caras chegaram lá no portão de casa armados com revólveres e pedaços de pau avisando que minha neta estava com uma dívida de R$ 1 mil", conta a auxiliar de serviços gerais, Cremilda Rosa Pereira.


Desabafo

O que a senhora fez quando soube da dívida de drogas?
Liguei para um parente dizendo que precisava, com muita urgência, daquela quantia em dinheiro. Consegui e fui pagar aos traficantes.

E ela?


Falei que não faria mais isso, que era para não fazer dívidas em bocas de fumo.

A senhora já esperava por isso?
Sim. Não adiantava dizer não para ela. Franciely fazia o que queria. 

E quando recebeu a notícia do acidente?


Achei que fosse armação de alguém. Cheguei no local com a vizinha, mas o corpo já não estava mais lá. Fui até os guardas, que me contaram que minha neta estava morta.
Fonte:Gazetaonlie.com.br

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