segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Helicóptero cai sobre fábrica de blocos durante voo panorâmico na Festa da Polenta.

A aeronave, modelo Robinson 44, não conseguiu sustentar o voo pouco segundos após decolar em Venda Nova do Imigrante

LEONARDO SOARES | lgsoares@redegazeta.com.br


Um helicóptero que fazia voos panorâmicos para participantes da Festa da Polenta, em Venda Nova do Imigrante, no interior do Estado, perdeu força e caiu sobre uma fábrica de blocos, poucos segundos depois de decolar, no último sábado (12). Não houve feridos.

Depois de descer em um terreno aberto e desembarcar três passageiros, a aeronave modelo Robinson 44, com capacidade para três pessoas e o piloto, foi novamente ocupada por outras três pessoas que contrataram o serviço. Mas não houve tempo nem para ganhar altitude. O piloto aparentemente perdeu o controle do helicóptero.

Veja vídeo enviado por internauta ao canal Eu Aqui


O helicóptero não apresentava nenhuma identificação de empresa, não estava com o prefixo aparente e fazia os voos a partir de um terreno baldio. Para voar era preciso desembolsar uma quantia de R$ 50 reais por um período de 3 a 5 minutos, explica o internauta Gerson Caldas, 47 anos, que mora em Venda Nova e estava no local no momento do incidente.

"A gente que estava observando ainda comentava que o helicóptero passava muito perto das pessoas. E acabou acontecendo isso quando ele tentou decolar. Ele perdeu altura, tentou voltar e não conseguiu. Aí acabou caindo nos blocos".

Gerson disse ainda que após o incidente o piloto fez o desembarque das três pessoas que ocupavam a aeronave e deixou o local, sem prestar assistência aos ocupantes. "Depois do acidente ele sumiu. Ninguém prestou socorro ao pessoal. Uma moça até saiu meio desnorteada. Imagine o susto que foi para todo mundo", desabafou.

Ainda de acordo com o internauta, perguntados pelos interessados pelo passeio sobre a credibilidade do serviço, os responsáveis pelo helicóptero informaram que possuíam uma autorização do Corpo de Bombeiros para realizar os voos. Mas a assessoria de imprensa da corporação garantiu que não houve nenhum acionamento do Corpo de Bombeiros nem para o caso da queda do helicóptero, nem para algum tipo de vistoria.

A assessoria ainda esclareceu que não houve emissão de autorização para pousos no local, uma vez que a autorização do pouso de aeronaves não é de responsabilidade do Corpo de Bombeiros.

Outro vídeo no Youtube mostra a queda por outro ângulo. Veja:


Queda por excesso de peso

O engenheiro de manutenção do Aeroclube do Espírito Santo, Octávio Schneider Queiroz, analisou o vídeo a pedido do Gazeta Online e revelou que não houve um pouso de emergência, mas sim uma queda. “Analisei o vídeo e encontrei outro vídeo do mesmo acidente na internet. Ele estava com excesso de peso e decolou contra o vento.

“Com uns 20 nós de velocidade ele fez uma curva e pegou vento em cauda. Quando aconteceu isso, a velocidade aerodinâmica do helicóptero foi a zero e ele caiu. Ele não fez um pouso, ele caiu por falta de potência. Aparentemente houve uma série de falhas”, aponta.

Além disso, o helicóptero apresentava excesso de peso. “Os dois vídeos mostram três pessoas com peso aparentemente superior a 75kg. Então o helicóptero estava com excesso de peso. Além disso, temos a altura com relação ao nível do mar. Lá em Venda Nova do Imigrante a altitude é bastante acima. E o ar é muito rarefeito. Então você tem que reduzir a capacidade de carga”.

O engenheiro de manutenção disse ainda que o helicóptero não é do Espírito Santo, mas que não há como identificar a origem, já que não foi possível ver o prefixo. A aeronave só conseguiu levantar voo graças a um “colchão de ar” que se forma nos primeiros metros, justamente para impulsionar a decolagem. “Quando decolou, ele tinha o efeito solo que dá sustentação. Mas notem que quando ele perdeu aquele colchão de ar, que fica até uma altura de 5 metros de altura, ele não conseguiu mais voar”.

“Ele caiu por excesso de peso e pela altura com relação ao nível do mar. Lá em Venda Nova do Imigrante a altitude é bastante acima do nível do mar. E o ar é muito rarefeito. Então você tem que reduzir a capacidade de carga”, explicou.
Fonte: gazetaonline.com.br

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