sábado, 15 de fevereiro de 2014

Viagens de vereadores de Sooretama vão continuar

Parlamentares de Sooretama dizem que precisam dos cursos

Mesmo gerando um custo mensal de até R$ 20 mil aos cofres públicos municipais com diárias de viagens para outros Estados, os vereadores de Sooretama não pretendem parar de participar de eventos e cursos de capacitação. Eles dizem que precisam “aprender” como deve atuar um parlamentar.

O vice-presidente da Câmara, Agnaldo Machado Ferreira (PSDC), que recebeu cerca de R$ 20,1 mil em diárias no ano de 2013, disse que os cursos dos quais participou em Belo Horizonte (BH) e Porto Seguro (BA) o ajudaram na função. “Sou vereador pela primeira vez. Nos cursos, aprendi a fiscalizar o prefeito e a cobrar. Tenho todos os diplomas comigo. Sei os temas dos cursos de que participei ativamente. Se for preciso vamos viajar de novo. Mas se o Ministério Público achar que é ilegal, e que a gente está extrapolando, a gente para”, admitiu.
 

O presidente da Câmara, Eraldo de Oliveira Gomes, o Baé (PMDB), também defende a prática: “Temos que fazer mesmo. O curso é muito bom e eu preciso aprender como conduzir uma Câmara municipal. Eu não tinha ideia de como atuar, e como os cursos eu aprendi”.

O parlamentar Aldenir dos Santos (Solidariedade) conta que gosta de “trocar ideias” com colegas de outros Estados. “Em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia a realidade do vereador é a mesma. Só muda o nome da cidade. Viajo para fazer cursos porque vereador tem que ter conhecimento para não ir assinando qualquer coisa que chega na câmara. Agora, ao assinar um projeto, sei o que estou fazendo”, disse ele.

Também do Solidariedade, Paulo Roberto Salvador disse que chegam vários convites de eventos à Câmara, e os vereadores selecionam os melhores. “Quando é um tema interessante, a gente vai. E vamos continuar enquanto tivermos interesse. A lei muda todo o dia e a gente precisa aprender”, afirmou.

Crítica

Único vereador de Sooretama que não participa do sistema de rodízio de viagens, Edson Isidoro (PDT), critica a postura dos colegas e diz que “não comunga” com esse tipo de prática. “No meu ponto de vista isso é imoral. Difícil explicar para a população tais gastos, pois, nos dias de hoje, podemos aprender até pela internet”, pondera Isidoro, que questiona: “Alguém ainda acredita que as constantes viagens agregam algum valor ao trabalho do legislativo?”.

O dinheiro, diz Isidoro, tem jorrado, e não tem sido em benefício da população. “Com esse dinheiro daria para construir salas com internet para as crianças e criaria uma biblioteca para que eles pudessem fazer pesquisas, já que a única biblioteca municipal foi fechada”, argumenta o parlamentar.

Fonte: www.gazetaonline.com.br

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