segunda-feira, 31 de março de 2014

Preso travesti suspeito de matar policial rodoviário federal dentro de carro no ES

sem_t__tulo_1-1331117Investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prenderam na tarde deste domingo (30), o suspeito de ter assassinado o policial rodoviário federal João Miguel do Sacramento, 45 anos, na Mata da Praia, em Vitória. O suspeito, o travesti Jhon Wenner Reco Alves de Araújo, 22 anos, foi preso em flagrante dentro da própria residência, no bairro Jabour, também na Capital. A polícia encontrou o possível assassino pintando os cabelos. Segundo a polícia, ele tentou resistir a prisão e partiu para cima de um policial.
De acordo com a polícia, ele é o homem que aparece nas imagens registradas pelas câmeras de videomonitoramento de prédios vizinhos ao local do crime, saindo do carro e correndo em direção à Praia de Camburi, após a execução do policial.
Durante toda a tarde, Jhon prestou depoimento na DHPP, ao delegado Marcelo Cavalcante, mas não confessou o crime. Ele apenas afirmava que, quando ia começar a fazer o programa com João Miguel, por R$ 20, dois homens se aproximaram do veículo, mandando que saísse do carro, e corresse. Jhon disse ter atendido o pedido dessas pessoas e minutos depois, escutou um disparo.
A polícia intimou testemunhas, dois porteiros que trabalham na rua, para fazer o reconhecimento do travesti. Um deles reconheceu o homem. Cavalcante afirma não ter dúvidas de que o Jhon Wenner é o executor dos disparos. No início da noite deste domingo a arma do crime foi encontrada e encaminhada à DHPP, mas até o momento a polícia não revelou aonde o objeto foi localizado.
O crime
João Miguel do Sacramento morto a tiros, dentro do carro dele, estacionado na Rua José Pinto da Silva, na Mata da Praia, em Vitória. O corpo do policial foi encontrado por moradores, por volta das 8 horas deste domingo (30). O crime chocou os moradores. “Nunca vimos nada parecido por aqui”, ressaltou uma dona de casa.
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Miguel estava completamente nu, usando um preservativo, ainda sentado no banco do motorista. Peritos criminais encontraram quatro perfurações no corpo dele: duas no lado esquerdo, próximas ao pescoço, uma no lado esquerdo do rosto, perto do nariz e outra na testa, perto da têmpora.
Testemunhas disseram a policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que ouviram tiros por volta das 4 horas deste domingo. Em seguida, viram uma pessoa saindo de dentro do carro e correndo em direção à praia. A polícia, no entanto, só foi acionada de manhã, quando moradores viram que o policial estava morto.
No veículo da vítima, o Renault Fluence prata MTN 2491, peritos criminais encontraram todos os pertences de Miguel: carteira com uma quantia em dinheiro, documentos, celular, óculos, tênis, calça, e o coldre da arma do policial. Na rua, do lado do carona do veículo, os policiais recolheram um cachimbo para consumo de crack e um batom. No lado do motorista, perto do carro, foi achada uma embalagem de lubrificante.
É possível que o autor do crime tenha atirado e roubado a arma da vítima. Não foram encontradas cápsulas ou projéteis dentro do carro. Havia somente um copo relativo a uma festa ocorrida na noite de sábado (29), no Pavilhão de Carapina, na Serra. Miguel usava uma pulseirinha do evento no braço direito e um relógio no braço esquerdo.
“Ainda não temos uma motivação para o crime. Tudo o que falarmos, agora, pode ser precipitado. Mas existe a possibilidade de arma do policial ter sido usada para matá-lo. Ainda vamos ouvir algumas testemunhas a partir de amanhã (hoje)”, frisou o delegado Marcelo Cavalcante, que estava de plantão na DHPP deste domingo.
Câmeras podem ter registrado crime
A Polícia Civil vai solicitar imagens de câmeras de monitoramento de prédios e residências, na Mata da Praia, em Vitória. Os equipamentos podem ter gravado alguma imagem da pessoa que assassinou o policial rodoviário federal João Miguel do Sacramento.
“Aqui é uma região com grande número de moradores. Muitos prédios e residências têm câmeras de monitoramento. Por isso, já pedimos as imagens de algumas câmeras, para fazemos as análises. O que sabemos é que uma pessoa foi vista saindo do veículo”, frisou o delegado Marcelo Cavalcante.
Durante toda a tarde deste domingo, investigadores da DHPP estiveram nos prédios, conversando com moradores e analisando as imagens das câmeras de monitoramento.
Pai pressentiu crime
O pai e a mãe de João Miguel do Sacramento estiveram no local do crime, na manhã deste domingo (29), e reconheceram o carro do policial, o Renault Clio prata, que está em nome da mãe. O corpo de Miguel já havia sido levado para o Departamento Médico legal (DML), quando eles chegaram.
Muito abadala, a mãe reconheceu o carro imediatamente. Mas não quis falar sobre o assunto.
O pai, de 77 anos, também estava bastante chocado. Ele contou que assiste à missa, todos os domingos, na Igreja São Camilo. Neste domingo, ao passar pela rua, retornando da igreja, ele viu o movimento de pessoas e da polícia. No entanto, não chegou a reconhecer o veículo.
“Desde às 4 horas, eu estava sentindo que alguma coisa não estava bem com o meu filho. Era um aperto no peito. Ao chegar em casa, depois da missa, falei com a minha mulher: ‘Eu acho que mataram o menino’. Voltamos aqui e reconhecemos o carro”, contou o pai do policial.
Desde pequeno, Miguel do Sacramento já sonhava em ser policial rodoviário federal. Naquela época, ele já tentava até dirigir os carros do pai.
Quando prestou concurso da PRF, passou em 2º lugar de 55 mil candidatos. Ele trabalhava na Delegacia de Polícia Rodoviária Federal da Serra, onde tinha uma função no Núcleo de Operações.
Miguel era separado e deixa um casal de filhos, de 20 e de 22 anos. Ele morava sozinho, em Jardim Camburi. Segundo colegas de trabalho, ele tinha uma namorada.
Fonte: www.sitebarra.com.br

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