sexta-feira, 11 de abril de 2014

Morre jovem capixaba mantida em cárcere privado

Mãe de Daiana, que tinha deficiência mental, é acusada do crime; família é de Pancas

Foto: Reprodução de TV Globo
À polícia, Marlúcia de Souza disse que levou a filha ao médico; delegada não acredita
Morreu nesta quinta-feira (10) Daiana de Souza, uma jovem de 19 anos mantida em cárcere privado pela própria mãe em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. De acordo com a delegada Cristina Bento, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), a jovem estava internada na UTI do Hospital Moacyr do Carmo desde quarta-feira, após sofrer parada respiratória.

A mãe é suspeita de maltratar a filha e mantê-la presa em casa por 19 anos. Daiana tinha deficiência mental e foi encontrada em estado de subnutrição, pesando 25 kg. A família é de Pancas, no interior do Espírito Santo, mas mudou-se para o Rio de Janeiro há cerca de dez anos.

Marlúcia Rodrigues de Souza, mãe da vítima, foi presa em casa, na comunidade conhecida como Lixão. De acordo com a delegada, a mulher poderá ser indiciada por homicídio, já que há suspeita de omissão. Nesse caso, a pena varia entre 6 a 20 anos de prisão.

Outra opção, segundo a delegada, é autuar a mãe por maus tratos seguido de morte, com pena que pode chegar a 12 anos de reclusão. A polícia pedirá sua prisão preventiva.

Mau cheiro

Foi por meio de vizinhos que a polícia soube do crime. Eles sentiram o mau cheiro e invadiram a casa na ausência da mãe.

“Os vizinhos não sabiam da existência dela. Eles entraram na casa e depararam com a jovem naquele estado, sozinha, e a levaram para o hospital. Quando a Marlúcia voltou para casa, as pessoas tentaram linchá-la. Ela teve que ser trazida direto para delegacia de táxi”, disse a delegada Cristina Bento.

Em depoimento, Marlúcia disse que recebia uma pensão do governo no valor de R$ 150 para ajudar nas despesas da filha, além da pensão do pai da jovem, de R$ 100. Disse também que trocava os curativos da jovem de dois em dois dias, e que chegou a levar Daiana em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), mas foi liberada pelos médicos.

“Nenhum médico liberaria essa menina no estado em que ela se encontrava. Ela não saía de casa nunca. O pai, que não via a filha há cinco anos, será chamado para depor, e se for comprovado que sabia o que se passava na casa, responderá por isso”, afirmou a delegada Cristina Bento.

A madrinha de Daiana, Kelly de Oliveira, – que cuidava da jovem quando Marlúcia se ausentava – disse que não pediu socorro por medo. A delegada diz que ela pode responder por omissão de socorro. (G1)

Fonte: www.gazetaonline.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário