terça-feira, 4 de março de 2014

Mãe envenena filha de 5 anos e se mata em seguida

Crime aconteceu na manhã desta terça (04), às 8h30, no bairro Aribiri, em Vila Velha

Menina morre envenenada pela mãe em Aribiri, Vila VelhaNo mesmo dia em que um homem matou a mulher a facadas e depois se jogou da Terceira Ponte, a tragédia se repetiu: após matar a filha de cinco anos, a dona de casa Aline dos Santos Santana, 30, pegou um táxi, foi até o vão central e de lá se jogou. 

Raíssa dos Santos Duarte, cinco anos, foi obrigada a ingerir um líquido cor-de-rosa - provavelmente envenenado -, dado pela mãe Aline. O fato aconteceu na noite de segunda-feira, por volta das 22 horas, dentro da casa da família, no bairro Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha. Logo depois, por volta de 23h30, Aline pegou um táxi para ir até a Terceira Ponte e dar fim à própria vida. 
 
Foi o ex-marido de Aline, o comerciante Robson Duarte, 46 - pai da menina morta - que encontrou o corpo, na manhã desta terça-feira (04). Militares do Corpo de Bombeiros ligaram para ele para avisar que tinham resgatado o corpo da sua ex-mulher.

Desesperado, Robson se dirigiu à casa da ex-mulher, junto com sua irmã, Renata Lira Duarte, 39, e encontrou a filha morta, em cima da cama. O outro filho do casal, de 7 anos, estava dormindo.

“A minha sobrinha estava toda arrumada, usando vestido e com o cabelo preso num rabo-de-cavalo. Meu irmão não acreditou no que estava vendo. Ele fez até massagem cardíaca nela. Mas não tinha jeito”, disse Renata.
 
Menina morre envenenada pela mãe em Aribiri, Vila Velha
Em uma mesinha, no quarto, foi achado um copo com um líquido rosa, recolhido pela polícia para a realização de exames. O corpo de Aline foi localizado na manhã de ontem, em uma praia dentro do 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha. O corpo de Raíssa vai ser velado e enterrado no Cemitério de Santo Antônio, em Vitória.
 
Tristeza
Raíssa e o irmão brincaram na rua, com outras crianças, até por volta das 20h30 de segunda-feira. Vizinhos ficaram muito tristes ao saber da morte da menina, na manhã desta terça-feira (04). 

“Várias crianças estavam brincando aqui na frente. Por volta das 20h30, ela chamou os filhos para entrar. Parecia estar tranquila. Hoje de manhã eu escutei uns gritos e acordei. Saí correndo para ver o que tinha acontecido. Uma vizinha falou que ela tinha matado a Raíssa”, contou a comerciante Eliane Siqueira, 33 anos. 

A vizinha disse que Aline costumava maltratar as crianças. “Ela já colocou fogo na casa, com as crianças dentro. Também já atravessou um palito de churrasco, de um lado a outro, na bochecha da Raíssa. Disseram que ela tomava remédio controlado, mas fazia algum tempo que não estava tomando”.

Eliane Siqueira disse que Raíssa era uma criança alegre e que costumava brincar quase todos os dias com as filhas dela. 

“Raíssa era divertida, alegre, sempre sorrindo. Foi um choque para todos nós. É uma coisa terrível. Não sei o que se passou pela cabeça dela. Mas, para deixar a Raíssa daquele jeito, toda arrumadinha, em cima da cama, com certeza, quando ela saiu de casa, a menina já estava morta”, finalizou a vizinha.
 
Luta na Justiça
O pai de Raíssa, o comerciante Robson Lira Duarte, de 46 anos, estava lutando na Justiça há cinco anos para ter a guarda dos filhos. Segundo o pai, Raíssa era muito apegada a ele e passava o dia todo andando atrás do pai. Ele contou que a ex-mulher já tinha ameaçado matar os filhos e se suicidar, e que fazia isso como forma de atingi-lo. 

Como Aline era?
Era uma pessoa violenta. Fiquei casado durante quase três anos com ela. Aline me agredia, já quebrou uma garrafa na minha cabeça. Me separei para poupar meus filhos de verem tantas brigas.

Ela fazia ameaças?
Sim. Depois que eu entrei na Justiça pedindo a guarda das crianças, as ameaças aumentaram. Ela dizia que se eu tentasse tirar a Raíssa dela, ela mataria a menina e depois se suicidaria. Uma vez ela disse que ia se jogar da ponte com as crianças, pra todos morrerem juntos.

Porque Aline fazia isso com os filhos?
Não sei, parecia que tinha algo muito ruim dentro dela. Aline era maldosa. Ela castigava meus filhos para me atingir, sabia que eu ia sofrer.

Você tinha medo que ela matasse seus filhos?
Muito. Dormia com medo de acordar e não vê-los vivos. Quando eu encontrava as crianças no dia seguinte, eu agradecia a Deus.

Como o senhor encontrou Raíssa?
Quando eu cheguei na casa da Aline, eu olhei pelo vidro e vi meus filhos deitados. Meu filho estava dormindo, mas se mexia. Já Raíssa parecia não respirar. Quando entrei no quarto, coloquei a mão no braço dela e estava duro. A vida de uma criança inocente foi interrompida.

Qual foi a reação do seu filho ao ver a irmã morta?
Ele começou a sacudir Raíssa na cama e a chamar por ela. Quando viu que ela estava morta, debruçou sobre o corpinho da irmã e começou a chorar. Eles eram muito unidos.

Qual a lembrança que você vai guardar de Raíssa?
Ela era uma criança muito levada! Gostava de ir à praia, ao shopping. Nos fins de semana que estávamos juntos, eu sempre a levava. Quando eu estava trabalhando, ela ficava atrás de mim. Vou lembrar dela assim, buscando proteção atrás de mim.

Fonte: www.gazetaonline.com.br

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