quinta-feira, 27 de março de 2014

Menina de 12 anos era estuprada pelo tio-avô desde os sete. Vídeo foi gravado pela menina

tio_av___que_estuprava_sobrinha-61803Caso aconteceu em Vila Velha e criminoso foi encaminhado novamente para o presídio de Xuri
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), colheu na manhã desta quarta-feira (26) o depoimento de um auxiliar de serviços gerais de 48 anos de idade, suspeito de estuprar a sobrinha, 12, por cinco anos. No depoimento, o suspeito negou sua culpa, mas após ter sido confrontado com um vídeo que a vítima conseguiu gravar por meio do celular durante um ato de violência, ele se reconheceu nas imagens e passou a afirmar que não lembrava do ocorrido.
O delegado de polícia Erico de Almeida Mangaravite disse que no início do mês, o pai da menina procurou a DPCA para denunciar o tio após a adolescente confessar que era abusada desde os sete anos de idade quando os pais não estavam em casa, no período da tarde. O pai da vítima, que tem 26 anos, relatou que passou a desconfiar do suspeito quando presenciou uma ligação telefônica em que a garota pedia para que o tio-avô levasse sorvete quando se encontrassem.
Como aparentemente a menina e o suspeito não eram próximos, o pai pressionou a vítima até que ela contasse a verdade. A adolescente também conseguiu filmar o agressor durante um ato de violência e entregou as imagens à DPCA, onde também prestou depoimento junto com o pai. A menina, durante o depoimento, disse que nos primeiros momentos de aproximação, o tio-avô lhe oferecia pequenos presentes como doces, sorvetes e valores pequenos de dinheiro como R$ 2 e R$ 5.
Ele também conseguiu fazer uma cópia da chave do cadeado da casa da vítima e, portanto, tinha livre acesso ao local quando os pais da garota não se encontravam em casa. O delegado Mangaravite disse que nas filmagens é possível claramente reconhecer o agressor e ouvir as ameaças de morte a que a adolescente era submetida. “Por estupro de vulnerável e pelas ameaças sofridas pedimos à Justiça a decretação da prisão do suspeito. Entendo que se ele permanecer em liberdade coloca em grave risco a integridade física e psicológica dela. A justiça emitiu mandato de prisão na sexta-feira (21) e 30 minutos depois fizemos a prisão uma vez que estávamos monitorando o suspeito enquanto aguardávamos a decisão judicial. Quando foi detido, ele disse que era uma injustiça o que fazíamos e que estavam armando contra ele”, relatou o delegado.
Quando dito o nome da menina, o suspeito afirmou aos policiais que nunca fez nada com ela, não tendo nem mesmo chegado perto. Entretanto, ao ser confrontado com o vídeo que foi exibido na íntegra, a situação mudou. “Ele ficou perplexo, surpreso pelo fato da política ter as imagens. Ficou assustado e com a respiração ofegante. Quando questionamos quem aparecida no vídeo ele se reconheceu, mas ao ser perguntado se havia praticado algum ato libidinoso ele dizia que não se lembrava”, finalizou Mangaravite.
O pai da criança – que não tem laços sanguíneos com menina, mas que é reconhecido como tal pela justiça devido à afetividade – esteve na delegacia na tarde desta quarta-feira e se mostrou muito surpreso e indignado com a conduta do tio. “Quando estávamos em casa ele conversava normalmente com a gente e em nenhum momento desconfiávamos dele. Há alguns meses atrás chegamos a alertá-lo para que ele não fosse lá em casa quando não estivéssemos”.
Questionado sobre como se sentiu ao ver o vídeo feito pela filha, o mecânico industrial lamentou não ter desconfiado antes e disse que a menina tem estado triste mesmo com o acompanhamento médico. “Foi um momento de muita indignação quando vimos o vídeo feito por ela. A vizinhança diz que ele fazia isso com nosso apoio, mas se isso fosse verdade não teríamos denunciado o caso à polícia”. O pai da vítima ainda deu um alerta para as crianças e adolescentes que sofrem a mesma situação. “Não importa a ameaça. Que os filhos não tenham medo de contar para os pais”.
A pena do suspeito pode chegar a 15 anos de reclusão que devem ser aumentados pela metade uma vez que é familiar da vítima. Ele foi encaminhado novamente para o presídio de Xuri, em Vila Velha.

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